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® Antes de Falar Sobre Nomes, O Que é Uma Marca?
Marca pode ser um nome, um som, um símbolo, um ícone, o estilo das imagens, o discurso, o produto, ou tudo isso junto! Esse conjunto forma uma mensagem que identifica os benefícios e atributos intangíveis de uma empresa, produto ou serviço.
Resumindo, marca é a experiência que fica na cabeça do consumidor, seja ela boa ou ruim. É como o público percebe e interage com o negócio.
❔Qual a Importância do Nome Para a Marca?
O nome é a representação mais simples e poderosa de uma marca, o verdadeiro “instrumento de boca-a-boca”. Ele consegue evocar conceitos, significados e lembranças. Além disso, é responsável pela primeira impressão do consumidor.
Sabe o que é mais louco? Enquanto o visual das marcas mudam ao longo do tempo, o nome da marca normalmente não muda. Ele carrega a essência e a história que a marca construiu ao longo dos anos.
🤞 Por Onde Começar no Naming?
Primeiro, você precisa entender o público e a visão do negócio: onde a marca quer chegar? Depois disso, é hora de pensar no contexto cultural.
E aqui vai um exemplo divertido: o carro Pajero, da Mitsubishi, precisou mudar de nome para Montero na Argentina porque, em espanhol, “Pajero” significa “alguém que toca uma”. E, né, ninguém quer um carro com esse tipo de associação.
Para entender isso nem é preciso sair do Brasil e perceber as diferenças culturais. O que funciona no Sul pode ser motivo de risadas no Nordeste e vice-versa. Então, bora entender o contexto antes de batizar sua marca.
📖É Necessário Entender os Tipos de Nomes
Lembrando que se trata do meu processo de naming, cada agência, estúdio ou profissional criativo, pode fazer de uma forma diferente. Relaxa BB.
1. Descritivos (Literais & Aglutinados): Nomes descritivos dizem exatamente o que a empresa, produto ou serviço oferece. São diretos e fáceis de entender, mas possuem algumas desvantagens, como: a dificuldade de registro por serem mais óbvios e também nas limitações caso a empresa diversifique seu portfólio, o nome pode ficar fora de contexto, por estar diretamente associado ao produto. Ex:.
Literais: American Airlines, Nescafé | Aglutinados: Cinemax.
2. Evocativos (Aglutinados, Metafóricos & Literais): Nomes evocativos criam associações ou metáforas, trazendo à mente do consumidor benefícios, experiências ou atributos da marca. Geralmente, são mais fáceis de registrar que os descritivos e estão alinhados aos pilares do posicionamento do negócio. Ex:.
Literal: Ray-Ban (Benefício – Banir os raios solares) | Aglutinado: AirBnB (Produto – ar e cama) | Metafórico: Visa (Experiência – liberdade para viajar ou consumir).
3. Sonoros (Onomatopeicos & Rítmicos): Nomes sonoros relacionam o produto ou a experiência da marca com um som agradável e fácil de memorizar. Muitas vezes, não são palavras oficiais do vocabulário, mas têm um tom descontraído e divertido. Ex:.
Onomatopeicos: Crunch, Tic-Tac | Rítmicos: Dunkin’ Donuts.
4. Abstratos (Neologismos & Aglutinados): Nomes abstratos são inventados e estimulam a imaginação. São únicos, proprietários e podem derivar de outras palavras ou línguas de forma combinada, ou não. Ex:.
Neologismo: Kodak. | Aglutinado: Spotify (combinação de “Spot” e “Identify”).
🤔Como Saber se Um Nome é Bom?
Para descobrir se um nome é bom ou não para um negócio, temos que avaliar alguns pilares:
- Pronúncia: Tem que ser fácil de falar ou, no mínimo, fácil de ensinar como se pronuncia.
- Sonoridade: Nada de nomes que soam como trava-línguas ou cacofonias que podem te colocar numa saia justa.
- Lembrança: Nomes curtos geralmente são mais fáceis de lembrar (até 3 sílabas), mas nomes longos com significado também funcionam e podem ter ainda mais fáceis de lembrar. Ex: Marca Quem Disse Berenice.
- Significado: Palavras têm poder, então procure um nome que abra as portas para contar uma história.
- Disponibilidade no INPI: Consulte um especialista em Propriedade Intelectual e veja se o nome pode ser registrado.
- Buscabilidade: Cheque se o domínio e as redes sociais estão disponíveis.
Obviamente, nem sempre os nomes vão cumprir todos os requisitos listados. É aí que entra o feeling do criativo: entender o que a estratégia da marca realmente exige e como alinhar isso às expectativas do cliente. No final das contas, é sobre encontrar o equilíbrio entre o que faz sentido para o negócio, o que conecta com o público e o que atende à visão do cliente.
Esses pilares funcionam como um filtro de classificação. Você pode dar uma nota de 0 a 10 para cada um deles e no final, calcular a média total. Isso ajuda a filtrar e priorizar os melhores nomes com base nos critérios mais importantes para a estratégia da marca.
🎁 Dica Bônus: O Conceito da Distintividade
Nomes descritivos que fazem associação direta ao produto ou serviço, podem ter limitações e dificultar o registro no INPI, por serem nomes mais “óbvios” e “genéricos”.
Além disso, caso a marca mude o foco para outros produtos e serviços, o nome irá dificultar diretamente seu novo posicionamento.
A verdade é que não existem regras. Nomes descritivos podem, sim, funcionar, mas é importante pensar estrategicamente a longo prazo.
A grande batalha das marcas é pela diferenciação. Por isso, fuja de associações óbvias, especialmente se o negócio que você está desenvolvendo tem uma proposta inovadora, isso irá ajudar a criar uma personalidade única.
🏗️ Passo a Passo do Processo de Naming
Agora que você já pegou o conceito, vou facilitar ainda mais. Aqui está o passo a passo completo que eu utilizo no meu negócio para criar nomes incríveis e estratégicos. Se liga!
- Imersão & Diagnóstico: Entender profundamente a essência da marca e necessidades do cliente.
- Conceitualização: Definir conceitos-chave que servirão como guia.
- Brainstorming: Gerar ideias sem filtro.
- Avaliação dos Nomes: Refinar e filtrar as melhores opções com base nos pilares (pronúncia, sonoridade, lembrança, significado e disponibilidade).
- Seleção dos Melhores: Escolher os nomes mais alinhados ao propósito da marca.
- Pesquisa de Viabilidade no INPI: Garantir que o nome pode ser registrado.
- Apresentação ao Cliente: Fornecer 3 opções principais, com explicações sobre cada uma. Caso nenhuma opção seja aceita, é apresentado os nomes “reservas” que compartilham do mesmo conceito, mas tem avaliação menor.
- Escolha do Nome: O cliente define a opção final.
- Estratégias para Registro de Marca: Orientar o cliente sobre os próximos passos para proteção legal e explicar sobre as estratégias de registro.
Como diria o grande designer Alexandre Wollner: “Toda marca precisa ser inteligente e compreensível.”
🚀 Conclusão: Equilíbrio é tudo
Criar um bom nome de marca é como encaixar as peças de um quebra-cabeça: é uma descoberta a cada etapa, com uma pitada de contexto e feeling.
Com as ferramentas certas e estratégia de marca é possível construir nomes únicos e cheios de propósito. E aí, criativo ou empresário, ficou mais claro o caminho? Bora começar a trabalhar?